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“Pâncreas Artificial": O futuro do tratamento do Diabetes Tipo 1?

Pâncreas Artificial

O Diabetes Tipo 1 é uma doença de difícil manejo, tanto para seus portadores quanto familiares e qualquer novidade terapêutica nesta área é sempre aguardada com muita expectativa, e aí se inclui o lançamento do “Pâncreas Artificial” ou sistema de infusão em alça fechada, que foi um dos grandes destaques do congresso da American Diabetes Association (ADA) deste ano.

Para quem desconhece a doença, o Diabetes Tipo 1 é uma situação clínica na qual há uma deficiência total na produção de insulina, hormônio responsável por facilitar a entrada de glicose nas células, induzida pela formação de anticorpos que “confundem” as células pancreáticas produtoras de insulina com um corpo estranho ao organismo. As células são destruídas por estes auto-anticorpos, levando ao esgotamento completo nos níveis de insulina. A doença acomete principalmente crianças, adolescentes e adultos jovens que necessitam desde o início de reposição de insulina através de múltiplas injeções.

Mesmo com os últimos avanços nesta área, através do surgimento de novos tipos de insulina, sistemas de bomba de infusão contínua de insulina, novos aparelhos de monitorização glicêmica, entre outros, o tratamento do Diabetes Tipo 1 permanece bastante complexo e apenas uma minoria dos pacientes estão compensados. Eles ainda sofrem muito com a variação glicêmica excessiva, em determinado momento do dia apresentam picos glicêmicos que podem levar a complicações do diabetes e em outros surgem episódios assustadores de hipoglicemia, isso mesmo após diversas tentativas de ajuste nas dosagens de insulina, na rotina alimentar e de exercícios físicos.

Enquanto propostas de tratamento anteriormente promissoras, como transplante de células-tronco pancreáticas e neutralização dos auto-anticorpos, evoluem em um ritmo muito lento antes de serem aprovados para uso público por conta da altíssima complexidade de desenvolvimento desta técnica, uma nova modalidade terapêutica vem ganhando destaque com perspectiva realista de acesso aos pacientes em um futuro breve: o “Pâncreas Artificial”.

Como funcionará o “Pâncreas Artificial”?

Trata-se de um sistema que combina duas bombas de infusão contínua subcutânea, uma de insulina, para não permitir aumento nos níveis de glicose e outra de glucagon, outro hormônio que é responsável por estimular órgãos como o fígado a produzir e liberar glicose na corrente sanguínea, caso haja queda dos níveis de açúcar no sangue e risco de hipoglicemia.

Coordenando estas duas bombas, há um sensor de glicose colocado sobre o abdômen do paciente que, através de uma pequena agulha, atravessa a pele e passa a medir continuamente as taxas glicêmicas do líquido subcutâneo (ou intersticial), e transmite estes valores a um monitor de glicose. Este, por sua vez, atua como o “cérebro” deste sistema, programado com inúmeros algoritmos que determinarão a dose necessária de infusão de insulina ou de glucagon, a depender dos níveis de glicose. Não há interferência externa do paciente e do médico com relação as doses aplicadas. Impressionante não?

Diabetes tipo 1

Dois aparelhos são os principais candidatos a “Pâncreas Artificial”: O iLet, desenvolvido em parceria entre o laboratório Beta Bionics e o engenheiro professor da Boston University, Edward R. Damiano (cujo filho David, portador de Diabetes Tipo 1, motivou suas pesquisas). O outro é o sistema 670G MiniMed da Medtronic, que neste momento é testado apenas como um sistema de única bomba de insulina auto ajustável, sem a associação da bomba de glucagon. De acordo com o UK National Institute for Health Research, a perspectiv de lançamento ao público do “Pâncreas Artificial” é até 2018, embora alguns pesquisadores se mostrem mais céticos quanto a esta data.

O que falta para o “Pâncreas Artificial” ser lançado?

Apesar das pesquisas estarem relativamente bem avançadas, ainda há problemas a serem sanados antes do lançamento.

O primeiro diz respeito ao glucagon, cuja molécula é instável e necessitaria de substituição no reservatório da bomba a cada 24 horas e, ao contrário da insulina, desconhece-se os efeitos da infusão contínua do glucagon sobre o tecido subcutâneo em longo prazo.

Outra questão diz respeito a calibragem e segurança do sistema de leitura de glicose contínua, que não pode apresentar falhas, sob o risco de transmitir ao “cérebro” do aparelho um valor errado de glicose e, por consequência, infundir uma dose mal calculada de insulina ou glucagon, podendo gerar consequências desastrosas.

O tipo de insulina a ser colocado no dispositivo ainda permanece em debate, pois as insulinas disponíveis hoje no mercado para colocação nas bombas de insulina tradicionais, de ação ultra-rápida (ex: lispro, asparte e glulisina), ainda apresentam um atraso no início de seu efeito de cerca de 30 minutos e seus efeitos podem durar até 3 a 5 horas. Esta demora no efeito pode oferecer riscos para hipoglicemia, como após prática de exercícios físicos intensos. A associação da bomba de glucagon poderia oferecer uma proteção para tal, mas ainda são necessários mais estudos.

Existe também a preocupação com a segurança do aparelho em relação a possíveis ataques cibernéticos, como hoje ocorre em computadores e celulares e é necessário o desenvolvimento de softwares de proteção. A miniaturização do equipamento é outro ponto a ser revisto.

Com tanta tecnologia e investimento aplicado, é esperado que o custo inicial seja algo impeditivo para a maioria dos pacientes e há muita discussão sobre se as seguradoras de saúde e os governos deveriam ou não arcar com estes valores.

Embora existam todos estes questionamentos, estudos internos com duração de até 3 meses mostraram-se bastante promissores, com significativa diminuição na variabilidade glicêmica e potencial maior segurança aos pacientes, além de possibilitar um alto grau de autonomia para o paciente, que deixaria de se preocupar com horários de aplicação, ajustes de doses de insulina conforme a refeição, etc.

Aos portadores de Diabetes Tipo 1 e seus familiares, ainda há um longo caminho a ser percorrido, mas o lançamento do “Pâncreas Artificial”, poderá tornar a jornada destes pacientes muito mais suave.

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